Nesses dias sombrios e alarmantes, com as cidades
desertas e tudo fechado: shoppings, cinemas, parques, escolas. Nesses dias de
famílias inteiras trancadas em suas casas, com a circulação pelas ruas limitada,
temos visto um acessório estranho em muitas pessoas: as máscaras.
Quem não ficou espantado outro dia com aquela entrevista
coletiva do presidente com seus ministros usando máscaras? Não foi meio
assustadora aquela imagem? Que mundo é esse em que estamos vivendo? 2020 vai
passar para a história como o ano das máscaras?
A máscara talvez seja somente o lado mais visível de uma
sociedade doente, de um momento complicado que o mundo está vivendo. Mas será
que só agora estamos usando máscaras?
Acredito que estamos, há muito tempo, de máscaras. Apenas,
nessa crise, elas ficaram visíveis. Antes, estávamos usando máscaras
invisíveis, que para mim, são muito mais assustadoras e perigosas que as
atuais, que começamos a usar nos últimos dias.
Quem de nós não coloca uma máscara quando vai para o
trabalho? Quem de nós não coloca uma máscara quando vai para uma festa de
família? Quem de nós não coloca máscara quando conversa com amigos? Quantas
máscaras não usamos nas redes sociais? Quem nunca usou uma máscara, que atire a
primeira pedra.
Talvez, o uso de máscaras também veio para a nossa
reflexão. Quando foi que deixamos de ser nós mesmos, para colocarmos as
máscaras que a sociedade exige? Será que depois que passar esse momento
difícil, não seria a hora de tiramos todas as máscaras, as visíveis e,
principalmente, as invisíveis?
Eu quero um mundo sem máscaras. Que os sorrisos, as
tristezas e todos os demais sentimentos, estejam sempre visíveis. Seja você
mesmo, com seus sorrisos e tristezas, em qualquer lugar e em qualquer situação.
Sem as máscaras, o ar será mais puro para todos nós...
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