domingo, 4 de setembro de 2022


 

História do Brasil independente em cinco minutos

Em 1822, um jovem príncipe, Dom Pedro I, mais brasileiro do que português, nos libertou da metrópole, Portugal, fazendo do Brasil um grande império independente. Governou por pouco tempo, nove anos, mas deixou seu legado: venceu revoltas que queriam desmembrar o Brasil, nos deu uma constituição democrática e a mais avançada do mundo no século 19 e, principalmente, deixou recomendações para que fosse dada ao seu filho, o menino herdeiro Pedro II, a melhor educação possível.

Depois vieram nove anos de uma confusa regência, uma espécie de período republicano dentro do império, que quase liquidou com o Brasil.

Em 1840, subiu ao trono Dom Pedro II, o maior brasileiro de todos os tempos. Graças a sua sólida educação, temperamento tolerante e bom, perfil democrático e amor incomensurável pelo Brasil, fez um longo governo de 49 anos, com democracia, liberdade de imprensa, estabilidade institucional e progresso. Seu exemplo de amor pela educação, às ciências e artes, zelo pela coisa pública e honestidade, nunca mais foi alcançado por nenhum outro Chefe de Estado que tivemos.

Em 1889, meia dúzia de fanáticos republicanos, fazendeiros rancorosos e militares ressentidos, comandados pelo enciumado, rancoroso e temperamental Deodoro da Fonseca, traíram o imperador, derrubaram a Monarquia e deram um golpe de estado. A inconsequência desse ato mergulhou o Brasil nas trevas republicanas, regime que nunca funcionou e jamais dará certo no Brasil, nação que tem a sua essência na Monarquia.

Entre 1889 e 1930, o Brasil foi administrado por um governante pior do que o outro, alternando entre ditadores, pseudos-ditadores, fazendeiros ou capachos de fazendeiros que, se alternaram no poder até 1930, atrasando o país e ferindo o lema da bandeira republicana: ordem e progresso.

Em 1930, o gaúcho Getúlio Vargas dá um golpe de estado, toma o poder e governa durante 15 anos seguidos, sendo metade do tempo numa ditadura camuflada e a outra numa ditadura assumida. Getúlio é o mais controverso dos nossos governantes. No seu governo, avanços importantes aconteceram, como as leis trabalhistas e o desenvolvimento industrial, mas pagamos o preço de uma ditadura. Ditadores perseguem, prendem, torturam e matam. Por melhores que sejam, ditadores jamais serão perdoados.

Entre 1945 e 1964, o Brasil passou por um breve período democrático. Nesse tempo, destacou-se a volta de Getúlio Vargas que, de tão perseguido e atacado pela imprensa, acabou cometendo o ato extremo do suicídio em agosto de 1954. Depois o Brasil teve JK, um presidente sorridente e carismático que fez o Brasil voltar a sonhar com o futuro, por meio do progresso do país e a construção de uma moderna capital no meio do cerrado, Brasília. Em 1961, um maluco assumiu a presidência, Jânio Quadros, que governou sete meses fazendo maluquices. Entre 1961 e 1964, João Goulart lutou para assumir, governar e se manter no poder, perseguido por uma direita raivosa, com seus fantasmas inexistentes de ameaça comunista.

Em 1964, esses fantasmas viraram realidade, não o fantasma comunista, mas o fantasma da ditadura civil-militar, por meio de mais um golpe de estado. Durante 21 anos, o povo brasileiro foi perseguido, preso, calado, torturado e morto pelos agentes de repressão da ditadura, comandada por cinco generais truculentos, impopulares e covardes, que se alternaram no poder. Até 2019, esses 21 anos representavam o que havia de pior na história brasileira.

Em 1985, graças a muita pressão popular, os generais voltaram para a caserna e o Brasil voltou a sonhar com a democracia, com a eleição indireta do mineiro Tancredo Neves que, infelizmente, morreu antes de tomar posse. Para mim, essa história ainda precisa de explicação. Assumiu José Sarney, que não tinha condições de governar, mas levou seu governo de qualquer jeito, até conseguir a realização de uma eleição direta para presidente da República, após 29 anos.

Nessa eleição, em 1989, Fernando Collor foi eleito presidente. A direita, mais uma vez com seus fantasmas e por medo do “sapo barbudo” comunista, Lula, abraçou a candidatura do jovem “caçador de marajás”, vindo de Alagoas, o mesmo estado de Deodoro, exatos 100 anos depois do golpe republicano. Collor foi um enganador e, com certeza, um dos piores entre os tantos ruins presidentes. Entre suas medidas catastróficas, proibiu o saque dos investimentos em bancos, causando desespero na população. Por denúncias de corrupção, grande impopularidade e pressão popular, caiu em 1992.

Em seguida, assumiu o mineiro Itamar Franco que, com seu jeito discreto, fez um bom governo, controlou a inflação e acalmou o país. Em 1995, surfando na onda do controle da inflação, o ex-ministro da Fazenda de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, assumiu a presidência. Com seu jeito arrogante e impopular, conseguiu manter a inflação sob controle, passar uma emenda de reeleição e se manter no poder até 2003.

Em 2003, pela primeira vez na história do país, o povo chegou ao poder com um retirante, operário e sindicalista, Luís Inácio Lula da Silva. O governo Lula foi um dos melhores da história, principalmente, pelo combate à fome e à pobreza, acesso a educação, controle da inflação, desemprego baixo e crescimento da economia. Em 2011, Lula deixou o governo com altíssima popularidade, mas mergulhado em graves denúncias de corrupção, por ter se aliado com o que havia de pior na política brasileira, o Centrão.

Em 2011, apoiada por Lula, Dilma Roussef assumiu a presidência do Brasil, tornando-se a primeira mulher a governar o país na República. Mas não conseguiu repetir o sucesso do seu antecessor, a economia piorou, as críticas vieram, a popularidade caiu e ela foi derrubada por um golpe comandado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Assumiu seu vice golpista, Michel Temer, que de tão ruim, merece o desprezo da história.

Em 2018, com o terreno preparado pelo impeachment de Dilma e o governo de seu vice, aliado da direita golpista, chegou ao poder o representante da ultra-direita, Jair Bolsonaro. Com uma carreira de 28 anos no Congresso marcada por falta de expressão, frases e posicionamentos polêmicos, o ex-militar chegou ao poder, colocando-se como o grande adversário de Lula e seu partido, o PT.

No poder, não faz nada além do que se esperava dele. Bolsonaro conduz um governo que não gosta de educação, cultura, meio ambiente, preservação do patrimônio, saúde, povos indígenas, negros, pobres, gays ou minorias. Com um posicionamento claramente fascista, seu governo defende as bandeiras do armamento da população, da volta do voto impresso e do golpe militar. Em nenhum setor, nada dá certo. Na economia, o desemprego subiu, milhões de brasileiros voltaram a passar fome e a inflação voltou a ter índices alarmantes de mais de 20 anos. Além disso, o desmatamento aumentou assustadoramente e os recursos da educação foram cortados.

Durante seu governo, o mundo enfrentou uma das mais difíceis pandemias da história, a Covid-19. Graças à postura desastrosa de Bolsonaro, o Brasil sofreu sua pior tragédia, com quase 700 mil mortos. O presidente fez tudo errado, foi contra as medidas de isolamento, defendeu tratamentos não recomendados pela ciência, promoveu aglomerações, não usou máscaras, foi contra a vacina, não se vacinou, não deu bons exemplos e não teve compaixão do povo.

Em 200 anos de Brasil independente, Jair Bolsonaro consolidou sua posição como o pior governante de nossa história, superando em ruindade até mesmo seus ídolos, os generais militares.