sexta-feira, 13 de outubro de 2017

De táxi



Gosto muito de conversar com taxistas. Acho que eles sempre têm muitas histórias para contar. Afinal, ninguém mais do que eles conhecem a cidade, suas características e seus personagens. Taxistas, quando não são eles mesmos uns belos personagens, conhecem todos as figuras da cidade e suas histórias engraçadas.

Outro dia, peguei um táxi no aeroporto de Brasília e fui conversando com o taxista até meu apartamento. Que conversa boa! Que figura! O taxista nasceu na Polônia e mora no Brasil, em Brasília, há 35 anos. Fala português corretamente, carregando apenas um leve sotaque e se considera brasileiro, pois já está aqui há mais tempo do que viveu em sua terra natal.

Como a viagem foi longa, conversamos de tudo, comida, futebol, costumes, línguas, trabalho. O velho polonês taxista gosta de conversar e contar histórias. Ele me disse que torce pelo Palmeiras; gosta de nossa comida, que considera muito rica; rapidamente se adaptou ao jeito descontraído do brasileiro e só aprendeu português de verdade quando parou de traduzir e passou a pensar em nosso idioma.

Agora o mais legal da conversa foi o motivo de sua vinda para o Brasil. Ele não veio para cá por causa de questões econômicas, perseguições religiosas ou políticas. Ele atravessou o Atlântico por amor. Conheceu sua esposa brasileira em Varsóvia, onde ela estava trabalhando e estudando. Quando ela voltou para o Brasil, ele não aguentou de saudade e veio atrás dela viver uma aventura do outro lado do mundo, em nome do amor.

O amor, quando verdadeiro, puro e sincero é capaz de remover todas as barreiras: econômicas, religiosas, culturais, linguísticas, geográficas. O mais belo de todos os sentimentos transforma as pessoas e faz com que elas enfrentem todos os desafios, larguem suas famílias, aprendam novas línguas e até cruzem oceanos. O amor é ilimitado como a capacidade do ser humano de amar.

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