OURO DE TOLO
Raul
Seixas dizia, com uma sabedoria cortante, em sua bela letra ‘Ouro de Tolo’:
“É você olhar no espelho
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é humano
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua cabeça animal...
E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...”
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social...”
É
difícil dizer qualquer coisa de útil depois das palavras do velho Raul. Mesmo
assim, vou cometer tal atrevimento.
Todos
nós sabemos que somos limitados, falíveis e mortais. Mas muitos de nós nos esquecemos
disso e nos comportamos, pelo contrário, como se fôssemos ilimitados,
infalíveis e imortais. Enfim, nos achamos perfeitos.
E
para reforçarmos nossa iludida perfeição, atacamos os supostos defeitos dos
outros de forma implacável:
“Ele é careca”
“Ela fala tudo errado”
“Ela chega atrasada”
“Ele usa meias coloridas e, portanto, é viado”
Ele é ruim de serviço
Etc e tal
Mas
não somos capazes de ver as nossas fraquezas, limitações e falhas. Nunca
olhamos nosso espelho com a sinceridade que julgamos.
Jesus,
com mais sabedoria ainda, disse: “Por que olhas a palha que está no olho do teu
irmão e não vês a trave que está no teu?” Mateus 7,3.
Perdemos
tanto de nosso precioso tempo procurando defeitos nos outros. Seria muito mais
útil se usássemos esse mesmo tempo para procurar os nossos defeitos e tentarmos
acabar com eles.
Diz
a lenda que César, grande imperador de Roma, quando voltava de suas vitoriosas
campanhas militares, sempre desfilava pelas ruas de Roma para ser aplaudido
pelo povo. Era o seu grande momento de glória. Mesmo assim, para evitar os
perigos da vaidade exagerada, tinha consigo sempre um criado que ficava soprando
aos seus ouvidos: você venceu, mas você é careca, é feio e vai morrer.
Não
temos como saber se isso é verdade, mas como seria bom se tivéssemos, também,
alguém parar falar assim com a gente, para que a gente entenda que não somos perfeitos
e que da mesma forma ninguém pode ser. Perfeito, só Deus. Só Deus...
A
vaidade é ouro de tolo. Não tem valor algum. Não é boa, nem verdadeira, nem
justa. A vaidade nos vence por dentro.
Vamos
nos preocupar com a vida e com o que ela tem de bom.
O
resto é só ouro de tolo...
Ei amigo, está com a corda toda. Bom para todos!
ResponderExcluirParabéns, vá em frente com seus delírios literários, que tão bem nos faz. abraços, RéBahia
é, temos muito em comum.
ResponderExcluirtb escrevi sobre o ouro de tolo:
http://giovaniiemini.blogspot.com.br/2009/11/ouro-de-tolo.html
[]s