No
atual sistema de governo vigente no Brasil, República Presidencialista, temos
na pessoa do Presidente da República as funções de Chefe de Estado e Chefe de
Governo. O que vem a ser isso? Chefe de Estado é quem deve incorporar o
espírito de nação para seu povo e perante o mundo. É o mais importante
representante do país, aquele que deve legitimar o Estado. Chefe de governo é o
responsável pela administração do Estado, exercendo o poder executivo. Acumulando
as duas funções, o Presidente da República interfere diretamente em tudo,
inclusive nas questões de luta política entre os diferentes partidos. Será que esse
sistema está funcionando bem no Brasil?
O
que temos hoje no Brasil, falando de governo, é uma situação lamentável, pois
vivemos num dos países mais violentos, corruptos, tributados e injustos do
mundo. Indicadores sociais, como educação e saúde, que deveriam ser de total responsabilidade
do Estado, não funcionam. Nossa infraestrutura é péssima e o transporte público,
caótico. Resumindo: os serviços públicos no Brasil são de péssima qualidade. Em
termos de Estado, a situação é pior ainda, pois o que temos hoje no Brasil não
é o que deveria ser um Chefe de Estado, mas apenas um Chefe de Partido. Os
graves e importantes assuntos da nação (como as reformas política, tributária e
judicial, entre outras) ficam para depois e o presidente da República está,
única e exclusivamente, interessado em defender os interesses de seu partido,
buscando se reeleger ou eleger um sucessor nos próximos quatro anos. Nosso
Estado está completamente dominado pelos mesquinhos interesses partidários e não
temos horizonte de mudanças, pois tanto o partido A quanto o partido B já foram
testados e praticaram a mesma forma rasteira de política.
Existirá
alguma alternativa para o nosso Brasil? Penso que sim. No meu ponto de vista, a
alternativa vem de nossas origens: está na restauração da Monarquia
Parlamentarista Constitucional. Alguns devem estar pensando que enlouqueci.
Respondo que não e defendo meus argumentos. Em primeiro lugar, a Monarquia
funcionou muito bem no Brasil. É só ler um pouco sobre nossa História. O Brasil
imperial (1808 – 1889) era pacífico, progressista, estável e respeitado no
mundo. Dom Pedro II foi um dos Chefes de Estado mais queridos e admirados de
seu tempo. Antes de me criticarem, lembrem-se de que precisamos olhar para o
Brasil do século XIX com os olhos naquele tempo e não com os olhos nos tempos
de hoje. Ao contrário disso, nesses 125 anos de República, tivemos renúncias, impedimentos,
suicídios, golpes de Estado e Ditadura Militar. Em segundo lugar, a Monarquia
funciona muito bem nos tempos de hoje. Veja a lista dos países com melhor Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH). Entre os dez primeiros, lá estão seis
monarquias: Noruega, Austrália, Holanda, Nova Zelândia, Canadá e Dinamarca.
Poderia falar também de Inglaterra (14º), Bélgica (21º), Suécia (12º) e Japão
(17º). E o Brasil? Vergonhosamente em 79º. Em terceiro lugar, um dos maiores
problemas do Brasil atual são as disputas partidárias. Na Monarquia, o rei não
tem partido. Ele está acima das disputas partidárias e atua com um papel de
moderador. Em quarto lugar, o monarca, em condições normais, permanece por
longo tempo, o que permite pensar políticas de longo prazo, como a educação. No
atual sistema, é impossível pensar em longo prazo, se nossos políticos estão
interessados somente nos próximos quatro anos. Em quinto lugar, a Monarquia é
mais estável, pois o rei representa um símbolo de estabilidade, união e
continuidade da Nação, sendo preparado desde sua infância para ser Chefe de
Estado. Dessa forma, reduz em muito os riscos de o Estado cair nas mãos de
aventureiros, como tanto acontece nas Repúblicas. Vejam a nossa que sempre foi
um caso de instabilidade total. Poderia falar de outras vantagens da Monarquia
Constitucional, mas vou parar por aqui. Já é o bastante para refletirmos.
Muitos
podem ver a causa da restauração como verdadeira utopia. Assunto para
historiadores malucos. Penso, porém, que precisamos discutir política todos os
dias, não só nas eleições. Discutir e pensar alternativas para tirar nosso
Brasil da lama em que estamos. Acho que precisamos “sair do quadrado”, olhar o
mundo a nossa volta e pensar diferente. Nenhuma realidade é definitiva. O
Brasil colônia não foi. O Brasil império não foi. Por que a República que nunca
funcionou e não funciona no Brasil seria? Se uma situação está insustentável,
temos o direito de pensar e fazer a mudança. Eu acredito na mudança. Eu
acredito na restauração.
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